terça-feira, 23 de outubro de 2012

O trauma do brinco

Acho que esta é a pior parte de ser mãe de menina: colocar brinco. Ainda mais para mães de primeira viagem como eu. No fim, o trauma foi meu.


Tava cansada de responder à pergunta 'É menino ou menina?'. Ela podia estar inteira de rosa! Percepção zero. Em parte, a culpa era minha também que não colocava nada no cabelo dela. Nem pra eu aproveitar toda a cabeleira que ela tem. Por isso, resolvi procurar uma farmácia para furar a orelha da Larissa.
Tem algumas farmácias que não furam antes dos 6 meses. Achei muita judiação esperar tanto assim. Mesmo lendo que para o bebê, a idade não faz diferença. Na minha cabeça parece que a criança entende mais, sofre mais, não sei. E tem gente que diz também que a orelha é mais molinha quando é mais nova. Mais molinha??? Será?
Achei uma farmácia e nem me perguntaram a idade dela. Furavam orelhas, sim, só que na mão. Disseram que a pistola faz um barulho muito alto e pode prejudicar o tímpano do bebê. Momento dúvida, furo ou não furo? Que medo! Enfim, o brinco é especial pra isso mesmo. Vem num aplicador. Ele mira o lugar certinho e aperta.
Sentei com a Larissa já super tensa, pois sabia que seria choradeira. Ele mirou e apertou. Silêncio. Ele perguntou: 'Ué, não vai chorar? Todos choram!' De repente, veio um choro que eu nunca vi igual. Que EU choro só de lembrar. Dela pedir folego e não vir. Uma coisa assustadora. Já virei pra ele furar logo a outra orelha e sair logo dali. Ela chorou mais um pouco e dormiu no meu colo soluçando. Não deu tempo nem de chegar no carro.
Dá pra perceber que não dói tanto. É mais o susto mesmo. Mas, ninguém merece passar por isso. Saí dirigindo com os olhos cheios de lágrimas. Nem chorar eu conseguia de tão tensa. Cheguei assustada, pálida, na casa de uma amiga e só sosseguei quando vi um sorriso no rosto dela.
Naquele mesmo dia, ela se assustou comigo no banho. Foi aquela choradeira de novo. E naquela noite não consegui dormir. Rolei a noite toda na cama revendo a cena dela chorando na farmácia. Refleti tanto o meu amor por ela, de como pode a gente se ligar desta forma com alguém. É inexplicável. Só sendo mãe mesmo pra entender. E foi só um brinco, hein?! Agora tento imaginar um filho doente ou mesmo a perda de um filho.
Só sei que entendo as mães que tratam seus filhos grandes como bebês. Para mim, a Larissa será sempre este bebê frágil, que depende de mim pra tudo, fofinha demais. Não importará a idade dela.

4 comentários:

  1. Tô adorando acompanhar vc e suas aventuras com a Larissa! Bjoa pra vc quérida

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  2. Verdade, Dau??? É esse mesmo o objetivo...fiquei feliz agora...kkk Bjão quéridooona

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  3. To adorando...sempre que posso leio e conto até pra Lucinha!!! Continue Pri! bjaooo

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  4. Oi, Pri.
    Ainda não tive coragem de furar a orelha da Marina. A cada relato que leio ou história que ouço, minha dúvida aumenta. Acho que tenho que fazer que nem você e meter as caras de uma vez. Esse negócio de ter o bebê todo de rosa e ainda assim perguntarem se é menina quase me tira do sério. Me dá vontade de botar brinco e dizer que é menino! Queria só ver a cara dessa gente...
    Beijo!

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